Por g1 — Rio deJaneiro


Pesquisa do Sebrae e FGV mostra que empreendedores negros foram mais prejudicados que os brancos. — Foto: Reprodução/Sebrae

Uma pesquisa feita pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que os empreendedores negros foram maius prejudicados que os brancos em decorrência da crise provocada pela pandemia. Os negros perderam mais em faturamento, ficaram mais endividados e tiveram menos acesso a crédito.

Segundo o levantamento, enquanto o faturamento dos brancos caiu 56% na comparação com o período antes da crise sanitária, o dos negros foi reduzido em 62%. Na comparação com abril de 2021, a queda foi de 43% para os negros e de 37% para os brancos – uma diferença de 6 pontos percentuais nas duas bases de comparação.

A pesquisa ouviu microempreendedores individuais e donos de micro e pequenas de todo o Brasil. Tanto os entrevistados brancos quanto negros indicaram como principais dificuldades o aumento de custos, a falta de clientes e as dívidas com empréstimos. Para os negros, o cenário é pior.

Entre os empreendedores negros, 35% tinham dívidas e empréstimos atrasados, enquanto entre os brancos esse percentual era de 27%. Além disso, para 64% dos negros endividados o pagamento das dívidas superava 30% dos custos mensais, enquanto para os brancos esse comprometimento cai para 54%.

Pesquisa do Sebrae e FGV mostra que empreendedores negros foram mais prejudicados que os brancos. — Foto: Reprodução/Sebrae

“Os dados mostram o que já observamos, muitas vezes, no dia a dia. Demorando para recuperar o faturamento e sem conseguir crédito, é mais difícil para o negro ser empreendedor no Brasil e a pandemia deixou ainda mais clara essa desigualdade social”, apontou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Melles destacou que a pesquisa enfatizou a necessidade de intensificar a concessão de crédito aos empreendedores negros. Desde o começo da pandemia, 51% dos empreendedores negros buscaram empréstimo, percentual próximo ao dos brancos, que chegou a 49%. Todavia, enquanto 34% dos brancos tiveram o pedido recusado, chegou a quase metade (47%) o percentual de negros com o acesso a crédito negado.

Pesquisa do Sebrae e FGV mostra que empreendedores negros foram mais prejudicados que os brancos. — Foto: Reprodução/Sebrae

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